UM CAMPO CONDENADO À GUERRA

Temos perdas na vida que nos põem mais fortes,

Temos ganhos na vida que nos põem contentes,

E no meio de perdas e ganhos das gentes

Ficam tantas memórias das passadas mortes.

Temos as esperanças jogadas nas sortes,

E como trunfos nossos que são transparentes,

Rogamos pelas almas dos nossos parentes

Que tenham lá nos céus válidos passaportes.

Vivamos com as graças somente divinas,

Eis o caminho certo nas nossas desgraças,

Que se opõem face as almas que são assassinas!

Assim, Deus tenha dó das tão podres carcaças,

Que pregam um tamanho ódio aqui na terra,

Que mais parece um campo condenado à guerra.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 23/04/2014
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