UM CAMPO CONDENADO À GUERRA
Temos perdas na vida que nos põem mais fortes,
Temos ganhos na vida que nos põem contentes,
E no meio de perdas e ganhos das gentes
Ficam tantas memórias das passadas mortes.
Temos as esperanças jogadas nas sortes,
E como trunfos nossos que são transparentes,
Rogamos pelas almas dos nossos parentes
Que tenham lá nos céus válidos passaportes.
Vivamos com as graças somente divinas,
Eis o caminho certo nas nossas desgraças,
Que se opõem face as almas que são assassinas!
Assim, Deus tenha dó das tão podres carcaças,
Que pregam um tamanho ódio aqui na terra,
Que mais parece um campo condenado à guerra.
Ângelo Augusto