Soneto do amor longínquo

Esqueço-me tanto, em minha demora

que ao meu redor, espiando, esquivado

inda corre este tempo entrelaçado

pelas tranças de ruínas de outrora

mantendo a verdade em rara dormência,

ao longe, descansando em vasto frio

oh, amor! Mesmo estando em véu sombrio,

agarra meu poema à tua essência

onde o convite feito ao grande espanto

de, vazio, encarar-te frente a face

permanece preso ao vetusto manto

deste medo de encontrar dissipado,

sempre pontual pela vaga prece

de um amor plenamente confessado

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 22/04/2014
Reeditado em 25/04/2014
Código do texto: T4779114
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