O POEMA E O POETA

O poema germina no em vão do poeta,

se liberta ligeiro, despido e sutil,

encantado, desperta o luar, sua meta

e reinventa-se em águas, infindo cantil.

Rodopia o poema em redor do poeta,

a marcar, bailarino, seu próprio compasso

com mesuras e graças à flor predileta,

desenhando no vento a magia do passo.

O poema converte em alado o poeta

emprestando-lhe as asas a mais de seu dorso

e brincando de ornar com desvios a reta,

pairam juntos no céu, sem o mínimo esforço.

Finalmente, o poema, com sono, se aquieta

e concede sua autocriação ao poeta.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 22/04/2014
Código do texto: T4778267
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