Mundo de metal
Nasce a luz do antigo neolítico
que dos primórdios trouxe a ferramenta
e pelo tempo flui quando alimenta
a fome deste globo paralítico
Este vácuo vivo: o homem descrente
forja a união do ferro e do carbono,
fabrica, na alma, o cínico abandono
e o retrato da morte em sua mente
O mundo composto pela estrutura
da máquina, entorpece, inconsciente,
com um curso infinito de ânsia impura
e no suspiro do pulmão dormente
encolhe a asa de sua criatura:
o sonho de salvar-se é decrescente!
Heitor de Lima