O MEU AMOR-PERFEITO
O MEU AMOR-PERFEITO
Carmo Vasconcelos
Não! Não é flor vaidosa de jardim
que abre seus matizados sem pudor,
despindo-se de azul, roxo ou carmim,
para com qualquer sol fazer amor.
Nem tece à toa convites ao festim,
quando a inebria do luar mago fulgor,
reclinada, dengosa, em seu coxim,
pra amainar de lunares cios o ardor.
O meu amor-perfeito é, simplesmente,
a rara flor humana, o bem colhido,
que só meu corpo enlaça ternamente.
E no seu peito eu deito docemente,
no êxtase do milagre recebido
deste amor que se afirma: “eternamente”.
***
Lisboa/Portugal
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