QUANDO FUI MENINO
Os ventos calmamente respiravam
Entre as nuvens cinzentas da paisagem,
E ao longe aparecia a amada imagem
Dos meus sonhos que alegres se acabavam.
E assim de amor em mim escravizavam
Todo o sentir da minha longa viagem,
Que só serviu de efémera passagem
Entre os sonhos de pássaros que voavam!
Fiz-me de marinheiro navegante
Por agrestes enredos do destino,
Onde o amor foi somente angustiante;
E assim quase me fez perder o tino,
Perante uma esperança tão cessante,
Do que sonhei na infância de menino.
Ângelo Augusto