QUANDO FUI MENINO

Os ventos calmamente respiravam

Entre as nuvens cinzentas da paisagem,

E ao longe aparecia a amada imagem

Dos meus sonhos que alegres se acabavam.

E assim de amor em mim escravizavam

Todo o sentir da minha longa viagem,

Que só serviu de efémera passagem

Entre os sonhos de pássaros que voavam!

Fiz-me de marinheiro navegante

Por agrestes enredos do destino,

Onde o amor foi somente angustiante;

E assim quase me fez perder o tino,

Perante uma esperança tão cessante,

Do que sonhei na infância de menino.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 14/04/2014
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