Se sou o rio daquilo que digo...
Posso dizer que agora há um leito
pelo qual escorre minha garganta
- manancial de mandíbulas e crocodilos
escalando as margens do rio Nilo.
De minha alma levanta-se um jeito
de velhice indo dormir antes da janta
- cataratas que meus olhos encarceram
na saudade das retinas que eles eram
ou serão. De minha garganta
escorre um som que me encanta.
Deve ser a canção que alguém ouviu
atravessando o leito do rio.
Deve ser o rio que escorre e desce
pelos desfiladeiros desta prece.