HORROR
À frente, pedaço de pedra espancando,
atrás, trajetória engessada à desgraça,
dos lados, grilhões de passado nefando
e tudo na treva que aperta, arregaça.
E arbustos de infância na espessa fumaça
que soca-lhe a vista e pulmões, em desmando,
caídos por sobre a ratada carcaça
de sua existência, sem vida o esmagando...
Serpentes se arrastam no tempo candente,
se comem, se engolem com fome inclemente
no meio das brasas que brotam do chão.
Que estranho, as fogueiras o queimam de frio
e haurido, se encerra em seu todo vazio,
na horrível paisagem do seu coração.