HORROR

À frente, pedaço de pedra espancando,

atrás, trajetória engessada à desgraça,

dos lados, grilhões de passado nefando

e tudo na treva que aperta, arregaça.

E arbustos de infância na espessa fumaça

que soca-lhe a vista e pulmões, em desmando,

caídos por sobre a ratada carcaça

de sua existência, sem vida o esmagando...

Serpentes se arrastam no tempo candente,

se comem, se engolem com fome inclemente

no meio das brasas que brotam do chão.

Que estranho, as fogueiras o queimam de frio

e haurido, se encerra em seu todo vazio,

na horrível paisagem do seu coração.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 14/04/2014
Reeditado em 14/04/2014
Código do texto: T4768688
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.