Sonetos entrelaçados -sonetos duplos-

Ventos e ondas que formam procelas-/-Procelas cobrem, mar d'abrólhos

As lágrimas que banham meus olhos-/-Olhos que buscam no mar janela

Em crespas ondas, pedras d'escolhos-/-Escolhos deste mar tal se revela

Ventos, temporais, todas as mazelas-/-Mazelas d'alma, jazigo e resfolho

Sigo sem rumo, sem remo, sem vela-/-Velas do barco só um trambolho

Singro os oceanos, mares d'antolhos-/-Antolhos que tapam minha batela

De sargaços e algas, meus restolhos-/-Restolhos, resquícios da vida bela

Varrei, ó tufões! Tal dolente sequela-/-Sequelas da vida, d'alma, ferrolho

Que risquem os céus, ó raios, brilhos-/-Brilhos d'olhos tão cegos e falhos

Que tracem nos mares outros trilhos-/-Trilhos que me sejam nos atalhos

Que livrem as estradas das cancelas-/-Cancelas, como novas passarelas

Ventos, quebrai das águas, espelhos-/-Espelhos, destes olhos, bugalhos

Temporais que me ponha de joelhos-/-Ajoelho, tal ferro dobra ao malho

N'águas que neste escolho refestela-/-Me refestelo acalmando a procela

Valdívio Correia Junior, 13/04/2014

Caros amigos, os sonetos entrelaçados são sonetos duplos, onde a pa-

lavra final de cada verso do primeiro soneto é a mesma ou quase a mes-

ma que inicia o segundo soneto. Os sonetos entrelaçados, assim como os sonetos duplos, são dois textos distintos que podem ser lidos juntos ou separadamente que ainda assim estarão no mesmo contexto. Obrigado!

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 13/04/2014
Reeditado em 30/12/2014
Código do texto: T4767584
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.