soneto à borda do tempo
o tempo rasga o mistério
de tudo que passa a esmo
a caminho de si mesmo
como um falso refrigério
o tempo passa por mim
dragando meus sonhos fúteis
indagando fatos úteis
que meu destino deu fim
e trouxe o grande final
o amanhã que não houve
quem plantasse um pé de couve
para colher, afinal
o tempo, quem dita a norma
de tudo que se transforma