Cheiro de vinho
Meu espelho a reflete indefesa,
Traz as marcas da noite passada.
Tuas olheiras traduzem fraqueza,
Teus soluços me param na escada.
Por um instante planejo voltar,
Mas o orgulho transpõe meu caminho.
Minhas pernas tentam me empurrar,
No ar um doce cheiro de vinho.
Junto à porta permaneço em segredo,
Ouço seu corpo tremendo, ofegante.
Não sei de que, mas sei que é medo.
Tento entrar, mas me sinto hesitante.
Sussurrando fico a declamar
O prazer que me causa te amar.