O REINADO DO POETA

Poeta Rei

Jorge Linhaça

Sou poeta rei, sentando em meu trono

Sempre que o corpo do sono desperta

O meu reinado tem pois hora certa

É atrelado à vontade de Chronos

Deixo em meu trono os monstros do sono

Que no meu ventre estavam em festa

Querendo fugir pela exígua fresta

Dou a descarga... acabou-se o transtorno

Ó que ventura e quanta leveza

Sente o poeta depois deste ato

Pois às estranhas voltou a pureza

Volta aos seus braços a doce Erato

Musa da lira , da pura destreza

Que aos seus versos empresta o tato.

Salvador, 17 de fevereiro de 2012