A BAILARINA
A BAILARINA
Carmo Vasconcelos
Ela é do sonho a maga fada, a Melusina,
a que requebra, se contorce, a que se esgarça,
p’ra ser no palco a fulgurante serpentina
que sobe aos cumes e de arco-íris se disfarça.
Nela há silêncios, paz serena, olhar de garça,
surdos rumores de algodão e musselina,
quiçá de um vate a suavidade de uma esparsa,
ou de Pierrot segredo e beijo a Columbina.
Oculta mora em toda a diva bailarina
uma alma eleita pelos céus encomendada
de neste chão terreno alçar aura divina.
Trouxe do Além as asas de anjo e de vestal,
na fronte a luz da divindade reencarnada,
e nos alados pés, a sina de imortal!
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Lisboa/Portugal
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