AMARGO-DOCE!
AMARGO-DOCE!
Carmo Vasconcelos
Fazes-me tanta falta, meu amor!…
Como o vento que enfuna a lassa vela,
o leme que impulsiona a caravela,
o estio que o fruto emprenha de calor!
Sem ti a noite despede o seu fulgor,
e eu fico cega ao breu desta janela,
se não me chega o teu brilhar de estrela,
fúlgida luz que ofusca a minha dor…
A dor de não poder aconchegar-me
no teu peito… teus dedos a afagar-me,
e o fogo do teu corpo ao meu colado.
E é como amargo-doce este licor,
de amar-te a conta-gotas mal contado,
em doses homeopáticas de amor!
***
Lisboa/Portugal
http://www.carmovasconcelos-fenix.org