O DISFARCE
Cavalga, a ilusão, na virente campina
da mente do moço de virgem vivência;
flutua-lhe plena, a travessa menina,
o onírico mundo, a calmar-lhe a existência.
Amplia, a ilusão, da miopia, a neblina,
enquanto propaga condões de inocência,
sorrindo criancinha, pueril, pequenina
a angústias do moço, escarcéus de carência.
Se a atroz realidade assustar, perniciosa,
menina sagaz resplandece preciosa
auréola de luz a ofuscar mal que avança.
E ansiando mostrar-se serena e madura,
a astuta ilusão dissimula a figura,
vestindo o disfarce chamado esperança.