Questão dual
Toda vez que a canção é consentida,
um enredo é criado pelas fadas,
melodia e letra entrelaçadas,
doce voz entoando plena vida.
Mas tem hora que a voz é dolorida:
melodia e letra despautadas,
o encanto rompido a dentadas,
harmonia sem tom, de tão ferida.
Os encontros têm tempo longe ou certo:
há toadas dueto ou descompasso,
umas falam de amor; já outras, não...
'Que lição!', se espanta um ente esperto.
Mas tem essa pergunta que me faço:
"Qual garganta escolhe a solidão?"