MEU REI

MEU REI

Carmo Vasconcelos

Num dia em que o cinzento se fez cor,

amargurada e só, pedi aos céus

que relevasse, enfim, pecados meus

e me trouxesse um deus de carne e amor.

E a Providência, sábia em seu rigor,

logo, por entre crentes e ateus,

se pôs a procurar por esse deus

rogado em minha prece com ardor.

Então, me trouxe um rei, nu, despojado,

que fez de mim rainha da ventura,

p’ra além do que sonhou minha procura.

E agora, em minhas preces agradeço,

e em jubilosas lágrimas eu peço

que eu seja do meu rei final reinado!

***

Lisboa/Portugal

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Carmo Vasconcelos
Enviado por Carmo Vasconcelos em 06/04/2014
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