VENDAVAL
VENDAVAL
Carmo Vasconcelos
Entre nós existia um espesso véu,
crivado de poentes e de estrelas,
adormecidos sóis, exangues velas,
bailando em nossos sonhos de Morpheu.
Mas eis que um vendaval rompeu no céu,
arrombou-nos as portas e janelas,
nos tectos, sangue quente pintou telas,
e roto o véu, tombei no peito teu!
E agora, entontecida, meio atordoada,
não sei dizer, amor, s’estou acordada
ou se me imolo em chamas de paixão…
Só sei que morro em vida, coração!
Vagando à toa, qual nave desnorteada,
até que possa aportar à tua mão!
***
Lisboa/Portugal
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