Soneto da despedida premente

Rumores indócis,anarquia sonora

Paira a meus ouvidos a música suicida

Melódia febril displicente fugidia

Dá-me ultimato:despeça-te que é hora!

Árias estridentes,vorazes sentenciosas

Anoitece-me alma em assaz turbação

Em séquito impele-me a resignação

Todo cinismo pede-me a morte silenciosa

Missivas funéreas meu destino desenha

Denuncia-me a breve estada terrena

Na entrelinhas fustiga e me desdenha

Vultos carrascos de veste serena

Açoita-me o ser em senhora crueldade

Vozes inexoráveis,arautos da mortandade

06.04.2014