TRAUMADIAMAR

Quero querer, meu Deus, quero querer!
E quero crer que querendo terei
Eu serei rei e deus se assim viver
Se assim sorver dos frutos que ansiei!

Já vi o filme, este filme que vivi!
Já li tal livro – fui eu quem o escreveu!
E quem o leu já sabe que morreu,
Que pereceu ao final que não previ!

Quem já sofreu dos meus versos macabros
Sabe que acabo e que se acaba em sobras
Desdobra-se em migalhas, sem viver!

Então me anulo, resisto e busco a calma
Com alma em luto eu afugento o trauma
Da perversão de fazer alguém sofrer!


Oldney Lopes©

Imagem ilustrativa
artista:  Maria Helena Ribeiro Garrefa