SELF

Ao me olhar sobre os vagos pensamentos

Em que o abismo sereno desconvida,

Encontrei no saber dos cata-ventos,

O sentido final de estar na vida.

Era um todo de luz e monumentos,

Personas, sensações de anil-ferida

Aos primeiros clarões sem fingimentos,

Quando a alma no corpo é percebida.

Mas quem é esse olhar? Em vão procuro

Entreter com um nome e reverência,

O sujeito dissolvendo o verbo puro.

Mas quem é esse olhar? Só me sobrou

Esperar a desperta consciência,

No hiato em que o devir se fez Eu Sou.