Esperança
Sou aquela que nasceu do caos,
Aquela que lutou com justiça e grevas,
Sou aquela que sorriu nas trevas.
Sou ignóbil irmã da dura vitória,
Renasço nas histórias mais belas,
Na vida dos homens sou gota simplória.
Sou os versos mais alegres e os tristes,
Sou o falar mais belo e o mais vil,
Sou dos passarinhos o único alpiste,
Sou dos ventos uma só tarde azul anil.
Mas também sou o falar dos mudos,
Mas também sou aquela oculta sorte,
Sendo também o ouvir dos surdos,
Sou no reviver a última que morre.