“Sou uma Sombra! Venho de outras eras,
Do cosmopolitismo das moneras...
Polipo de recônditas reentrâncias,
Larva do caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Das substâncias de todas substâncias".
- Augusto dos Anjos –
O MITO
Jazes remota sombra do sonhado,
Enquanto o ignoto considera
O sonho inconsútil do teu fado
Ao fadado destino que te espera.
Esse condão incerto de um brocado
Abre em teu coração uma cratera
Com larvas de um vulcão pra todo lado
Qual faísca dos astros noutra esfera.
Bem vês que Deus concede o santo indulto
A quem o corpo O habita. E ad eternum
Há de o justo livrar-se de conflito.
Porém há de ficar morto, insepulto,
Quem receber não quis o próprio inferno
A que o diabo sagrou-se e o fez mito.
Do cosmopolitismo das moneras...
Polipo de recônditas reentrâncias,
Larva do caos telúrico, procedo
Da escuridão do cósmico segredo,
Das substâncias de todas substâncias".
- Augusto dos Anjos –
O MITO
Jazes remota sombra do sonhado,
Enquanto o ignoto considera
O sonho inconsútil do teu fado
Ao fadado destino que te espera.
Esse condão incerto de um brocado
Abre em teu coração uma cratera
Com larvas de um vulcão pra todo lado
Qual faísca dos astros noutra esfera.
Bem vês que Deus concede o santo indulto
A quem o corpo O habita. E ad eternum
Há de o justo livrar-se de conflito.
Porém há de ficar morto, insepulto,
Quem receber não quis o próprio inferno
A que o diabo sagrou-se e o fez mito.