Soneto da Invisibilidade

Não sou nada, não sou ninguém!

Rezo lenda aos majoritários.

Digo por mim, e pelo meu povo,

A massa, a engrenagem, fiéis proletários!

Tirados do seio da própria hierarquia,

Aqui cultivados ao seu bel prazer…

Parece ruim? Quão pior não seria,

Aos nossos rebentos o nada fazer!

E quantos dos meu vão dormindo ao relento,

O estomago farto,

Tão cheio de vento!

Nos valem os bares, perto das quebradas!

E até quem nos salva,

É bem loira, e gelada…

Anne Dourado
Enviado por Anne Dourado em 04/04/2014
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