O QUE SABIA

Então olhei para trás e vi
que sei mais do que sabia ontem.
Havia mais dor. Mais do que senti
anos atrás. Mas antes que me apontem

reticências, direi do que foi liberto,
nas entranhas, pela dor. Partiu
o que eu não sabia. E, por certo,
na dor do parto se extinguiu.

Eis que o parto é o limite do que havia
único e, num espasmo, se repartiu.
Ventre vago. A vagar uma nova via

de vida. Já não importa o parto,
nem mesmo importa o que eu sabia,
pois o que sabia é tudo o que descarto.


 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 31/03/2014
Reeditado em 11/06/2014
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