Indigente

Em meio ao formol, este defunto

Os anos consumindo o que restou

Na maca passa a ser o professor

E deste pretenso doutor é assunto.

Indigente mas gente! Sinto muito,

Pois antes nunca te deram valor.

No teu rosto nem a expressão da dor,

Agora o mundo de ti precisa tanto.

Avança a medicina, quem te agradece?

Formado, o doutor logo te esquece,

Formol é o que tens por companheiro.

Do teu passado não deixastes informações,

Incógnita teus senões; no teu silêncio

És útil, neste instante postumeiro.

Josérobertodecastropalácio

NOSSAS LEMBRANÇAS

Nossas lembranças também jazem no formol

Do esquecimento das tristezas e alegrias

E, no entanto, não há o novo sob o sol

A vida passa sempre igual... Monotonia...

Assim como o cadáver sem escol

Esquecido na maca ou na pia

Nossas lembranças também jazem no formol

Do esquecimento das tristezas e alegrias

Lembremos que o passado é farol

Que ilumina o nosso dia a dia

Ele, do nosso hoje faz o rol

E constrói as nossas dores e alegrias

Nossas lembranças também jazem no formol...

Ângela Faria de Paula Lima.

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 29/03/2014
Reeditado em 06/04/2024
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