Escultura Renegada
Escultura Renegada
(Soneto)
Nada mais eu serei que a tua essência…
A atitude que foi por ti esculpida.
A imagem de teu génio produzida,
Em todo o teu agir com incoerência.
Custa reconhecer tua insolência,
Julgavas que ela estava desvaecida?
Mas não me reconheces, a obra erguida
Por tua perfeição… magnificiência?
Não acreditas que eu sou teu produto?
Mas porque me renegas meu autor?
É por ter tuas sombras e ornamentos,
Tua parafernália… ouro poluto?
Julgava-me sublime e com valor,
Mas afinal sou cheio de tormentos!
André Rodrigues 22/3/2014