SONETO À MORTE
Por mais pareçam, mortos não são iguais
Uns fazem falta, outros nos põem felizes
Piores são aqueles que não nos dão paz
Deixam a sua herança: eternas cicatrizes
Teimosos escondem-se nos armários
Pelos espelhos ficam persistentes
De sua casa sentem-se proprietários
Vagando sem descanso em nossas mentes
Não se conformam ser uma lembrança
Talvez sintam a dor da solidão
Ou de retornar alguma esperança
Seja lá como a missão foi cumprida
Terminada, cada um em seu caixão
Sem incomodar quem ainda tem vida