MEU RELÓGIO...

Eu vejo a superfície calma, pura,

Da água deste rio pelas margens

E toco com meu dedo que a perfura

E risos saem dali em mil viagens...

Os círculos perfeitos, aumentando,

Partindo na distância sempre mais

Parecem desfazer-se me encantando

Parecem as ventanias outonais...

Eu sinto em mim um ermo, uma solidão,

Vontade de chorar sem ter razão,

Sem ter qualquer motivo assim tão forte...

Á água pelas pedras murmurando,

Parece o meu relógio me lembrando,

Que cedo ou mais tarde chega a morte!

Arão Filho

São Luís-MA, 23 de Março de 2014.