FIM D´ANTERA
Quando chegar meu inverno,
Serás a que em mim floriu,
Nascida dos tristes versos,
Até os leu, mas nada ouviu.
Terás a resta dos delírios,
Pobres polens de verão,
Tão frágeis quanto os lírios,
Que de frio logo morrerão.
A que deveria ser nobre parte,
Ao final da minha vida, haste,
Já não semeia ao sabor do vento.
Sentirás que de sol restou tarde,
Um sondar de frio que ainda invade,
Qual quem sussurra em lamento.