Soneto sepulcral
Um crânio, uma caveira carcomida,
Jogada em uma fria sepultura;
Uma massa esquelética, esquecida,
Sem forma, conteúdo ou estrutura...
Tecido, pele, carne ressequida;
Insetos, vermes, ratos com fartura;
Destroços, ossos tortos dessa vida,
Na sua cadavérica feiura.
É o fim de uma existência, fim de um tempo,
Com a roupagem toda descartada,
Em seu processo de apodrecimento.
E assim o fogo cessa, a luz se apaga;
Vem o transporte, o descarregamento,
À solidão, à escuridão, ao nada...