(imagem: by Tom Costa)
MALDITA SOMBRA
Vejo a sombra, escorrida na calçada,
Não me diz se é triste ou se está alegre...
Só com luz ela sai do seu casebre,
Mas está sempre cá, tão arreigada.
Não tem dores, maleitas, sequer febre,
Tão inerte, ali fica descansada...
Nada diz, nem reclama - mesmo atada!
Queria vê-la correr como uma lebre!
Quem me leva daqui este negrume,
Que preso a mim se veste de costume
E faz de mim escravo indo d'arrasto?
Quem me corta tal mancha que atazana
Que na alma se assemelha a persiana
E me não deixa ver o céu tão vasto?
2014-03-20
MALDITA SOMBRA
Vejo a sombra, escorrida na calçada,
Não me diz se é triste ou se está alegre...
Só com luz ela sai do seu casebre,
Mas está sempre cá, tão arreigada.
Não tem dores, maleitas, sequer febre,
Tão inerte, ali fica descansada...
Nada diz, nem reclama - mesmo atada!
Queria vê-la correr como uma lebre!
Quem me leva daqui este negrume,
Que preso a mim se veste de costume
E faz de mim escravo indo d'arrasto?
Quem me corta tal mancha que atazana
Que na alma se assemelha a persiana
E me não deixa ver o céu tão vasto?
2014-03-20