soneto do espinho e da espada
alguns acordam dormindo
outros se exilam no sono
e se embriagam de encanto
para seguir isentos e insensatos
na direção do erro do engano
e da feliz inconsciência
antes e no lugar disto seja meu poema
um espinho uma espada
ferindo essa languidez inútil
rompendo o deslumbre desse tédio
evitando que a alma cicatrize
sobre o que não for ternura e verdade
para que todo coração acorde e se torne
uma canção livre e luminosa