Soneto da aspiração à liberdade
Soturna sina! Meu céu enegrece na bastilha
Opressão silvestre do carrasco que me encilha
Dias contados tenho, face à pena da guilhotina
De tão abstêmio a consagrada vida libertina
Bênção etérea!o voo livre anseio aprender
Renascer em fênix das cinzas do calvário
Ao ar puro dos montes desejo ascender
Pois o pendão da redenção trago no relicário
Das asas da metamorfose então sublimar
Nos cumes andinos pousar em novo nicho
Longe das cortinas de ferro onde sou bicho
Nas flechas do acaso, próprio milagre alado
Ser a ave continental de pulmão invejado
Na leveza das nuvens o espírito repousar