SONETO DO GRITO DO CORPO.
Um pouco de mim brilha encanta
outro, se faz por vez livre e volatil
e tudo na bateia fria da vida decanta,
espalha-se no arduo coração pulsatil.
Um lado de mim, sente-se unico
e o outro sente-se e fica calado,
e não revida,por ser magnífico,
e num todo,sigo bem equilibrado.
Um olhar meu vê de longe infinito
dois olhares desnudam a eternidade
meu corpo estremece na lança do grito.
Meus desejos deliram no fogo da carne,
meus sentidos clamam por equidade,
e todo meu ser anuncia este louco escarne.