OBJETO DESCARRETÁVEL. soneto-510.
Pude conhecer-te do amor desiludida,
E vi não possuíres por ti nenhum valor,
E as prevaricações por ti acometidas,
A vagar sem rumo em antro de horror.
Vivias em perambulo em livre direção,
Barco mar afora em plena tempestade,
Eu posso até errar, os meus versos não,
Nessa perfídia fábula de tua mocidade.
De todos cobiçada nas noites de orgias,
Vendeste teu vigor por falsas fantasias,
Agora o que te resta, colher o resultado.
Se isso era sonho é triste o teu engano,
Destes teus afetos a corações tiranos,
Por isso és agora ignóbil e descartado.
Cosme B Araújo.
18/03/2014.