Cio.
 
O nascer poeta é trazer no peito;
Um alvoroço de bichos no cio,
Como as águas turbulentas de um rio,
Que rompe a margem para o novo leito.
 
É não se dar jamais por satisfeito.
Finda a tormenta, vem um novo estio.
Ao pressentir, que o peito está vazio;
Cedo, cuidar de enchê-lo, de algum jeito.
 
Tudo é motivo pra novos olhares,
Sejam pessoas, coisas ou lugares,
Uma saudade, um riso, um desatino...
 
Uma mulher que passa; uma criança,
Algum momento que vem à lembrança,
Até mesmo o som “distante” de um sino...
 
18/03/14
 
HDel
Enviado por HDel em 18/03/2014
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