Nascer do Sol
Flutua sobre brandas águas uma canoa
Vejo raramente suas formas vagas
A densa névoa Cobre-lhe a proa
Semelha uma moça em íntimas anáguas
O chapéu de grandes abas desabadas
Esconde o bateleiro a sôfrega face
Deslizas tranquilo pelas águas espelhadas
Donde ao Acaso o sol nasce
Vagaroso, encosta às margens do cais
Sua força serena faz valsar os remos
Solta suspiros a triste gaita marítima
Águas que se vão, não voltam mais...
Gaivotas em bando levam lembranças
Em revoada, voltam nas asas da saudade...