SEM TER PAZ...

À sombra espadaúda dos ciprestes,

Regresso com saudade, amargurado,

Trazendo em mim, ainda, o que me deste,

O Amor, dentro do peito bem guardado...

O vento renitente dos agrestes,

Sibila entre a folhagem, angustiado;

Enxugo as minhas lágrimas nas vestes

E fico, ali, olhando para os lados...

Mas, nada vejo além das sepulturas;

Com anjos guardiões em esculturas

Mas, tu? Volto a chorar... Não voltas mais!

Debruço-me na pedra em prantos fortes;

Não mais te vejo além da tua morte...

E triste eu vou vivendo sem ter paz...

Arão Filho

São Luís-MA, 14 de Março de 2014