Introspecção
Palmilho atenta os próprios labirintos,
porões sombrios, cheios de incertezas,
que me corroem, desde as profundezas,
como se fossem anjos maus famintos.
Atentamente exploro os seus recintos,
e vejo, além das brumas, asperezas,
quimeras que se esvaem, indefesas,
olores que me alembram os absintos.
Prossigo mundo adentro e tudo exploro,
e busco, nos anversos, onde enfloro,
a fonte inesgotável de meus versos.
Concluo que a poesia mora fora
e não no peito triste de quem chora,
quem traz em si dilemas tão diversos.
Edir Pina de Barros
Livro: REALEJO, p. 45
Sonetos selecionados, pg. 14
Palmilho atenta os próprios labirintos,
porões sombrios, cheios de incertezas,
que me corroem, desde as profundezas,
como se fossem anjos maus famintos.
Atentamente exploro os seus recintos,
e vejo, além das brumas, asperezas,
quimeras que se esvaem, indefesas,
olores que me alembram os absintos.
Prossigo mundo adentro e tudo exploro,
e busco, nos anversos, onde enfloro,
a fonte inesgotável de meus versos.
Concluo que a poesia mora fora
e não no peito triste de quem chora,
quem traz em si dilemas tão diversos.
Edir Pina de Barros
Livro: REALEJO, p. 45
Sonetos selecionados, pg. 14