O PASSAGEIRO SEM DESTINO
Ando a pé entre as linhas da estação
De comboios, vagueando sem destino
E ouvindo o som de choro do violino,
Numa música cheia de emoção!
É triste o meu pular do coração
Entre as pedras do negro meu ensino,
E já nem sei se as dores elimino
Desta dura e pesada frustração...
Sinto a alma estilhaçada de cansaço,
É como estar a ser esquartejado
O corpo assim pedaço por pedaço!
Meu sangue está demais envenenado
Entre os fios das células de aço,
Que me fazem sentir quase acabado.
Ângelo Augusto