ALMA URBANA

Minha alma não tem rútilas cascatas

Somente o álcool é que me mata a sede

Também não me desfaço em serenatas

Carros de boi? pintados na parede

Minha alma não tem o frescor das matas

Ela é urbana e de sonhar me impede

A fauna é simples: ratos e baratas

Faróis me cegam, e outro beco fede

A lua passa, vai, despercebida

Não mais existem seus vates românticos

A vida bela se tornou bandida

Estrelas, vejo na televisão

Ou apagadas de seus tons semânticos

Pois toda esta cidade é uma prisão