MADEIXAS DA NOITE

Mal acordava e já estava a encantar,

Bela, bondosa, sempre alegre e sorridente,

Ruivas madeixas pelas ruas a dançar,

Nunca ficava triste, só seguia em frente.

A sua vida era um sigilo mortal,

Em casa, nunca fora vista acompanhada,

A sua boca era silêncio total,

Mas encantava homens pela caminhada.

Com cativante jeito simples e infantil,

Fazia tolos fãs por onde ela passara,

Até o mais rude homem ficara gentil.

Tudo seria crível para tanta tara,

Menos poder pensar que a bela era tão vil:

Dama da noite, muito ordinária e cara...

(Victor A M Pinheiro)

Victor A M Pinheiro
Enviado por Victor A M Pinheiro em 06/03/2014
Reeditado em 06/03/2014
Código do texto: T4717564
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