*ANGÚSTIA

Um olhar furtivo, um corpo vago,
ás vezes inerte, ás vezes impulso,
embora o sonho insistisse intacto,
um pensar sombrio, outro sem rumo.

O vento soa frio, solidão atroz,
susto, quem sabe, prevê agonia,
se em cada labirinto há magia
em chama o coração grita, algoz.

Geme a onda na manhã tranquila
dois olhares se perdem na cruz
nenhum sorriso e a palavra sem dó.

Duas mãos sequiosas em vigília
tocam-se, uma noite, apenas reluz
sonho imenso feito céu, imenso e só.



Menção Honrosa, XVI Prêmio Estadual
Ideal Clube de Literatura, 20/02/2014

Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 04/03/2014
Reeditado em 04/03/2014
Código do texto: T4715015
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