SONETO DE CONSOLAÇÃO



Que importa o amor vá morrendo?
- Fenecendo em nós gradativamente -
Por banais razões, ou razões ausentes 
Pouco a pouco, em nós, desaparecendo?

Que aos poucos vá esmorecendo!?
- Sem motivos ou queixas, aparentes -
Como fosse a dor... - Dor fremente -
Deste amor em nós, enfim morrendo!?

Morreremos juntos... Paulatinamente!
Como nunca d'antes, e antes contentes,
E ora moldado como em dor sem fim.

E pra não chorar ... ... - Ou sofrer...!
Admitindo em nós, o amor, perecer
É melhor matar esse amor em mim!

                                  Puetalóide



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RENASCER DAS CINZAS


Sempre resta algo d'um amor naufragado,
Mesmo que sejam apenas cinzas, pó...
Sem viver a paixão, resta na garganta um nó,
A frustração sempre deixa o Ser amargurado.

Mas é tempo de reflexão, de se estar só,
Meditar e enxergar o tempo passado...
O que sobrou desse amor guardado,
E transformá-lo aos poucos em pão de ló.

A sublimação é tarefa árdua e lenta,
Feita para quem sente amor de verdade,
Pois só assim fica bem cicatrizado.

Compreender, aceitar, a gente aguenta,
O fardo é leve quando se tem vontade,
É preciso aceitar o verbo no passado!

                                 Adria Comparini



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     !... AMOR SEM FIM...!


Ébrios em desejos, andamos pelas ruas,
E a loucura sem fim rompe à madrugada...
O comércio fecha mas a ronda continua...
Procuramos o hotel de portas fechadas...

Tal loucura acontece, ela perto de mim,
Se paixão ou amor não importa pra gente...
Tempo esgotando, a noite chegava ao fim...
A vida plantou em nossa alma, a semente...

Ela me abraça, a escuridão torna-se luz...
A multidão olha mas não perdemos a graça...
Atravessamos a rua, quando o carro passa...

De repente atropelados temos nossa cruz...
O amor não acaba, nem o corpo é mordaça...
Cumprimos a sina, morrer de amor na praça...

                                Jacó Filho