MENTIRAS
Algumas vezes poucas que eu te via
De súbito e relance, sem notar
Que teus lábios para mim sempre mentiam,
Malgrado algo que eu via em teu olhar.
Mentiras tantas fostes me dizendo
Que um dia eu me propuz acreditar...
E com tal arte, a mim se oferecendo
Aos beijos falsos... quantos eu te fiz dar!
E eu, pobre, sem saber que eras artista
E vives a abraçar a quem o fita
Nest’arte de quem sabe amar demais...
Assim, então, me vi depois sozinha
À esmo, a chorar a dor que é minha
E em transe, por querer voltar atrás”...
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