Deque vazio
Se já não mais ressoa de meu peito o brado
Que um dia viste ecoar, puro e cristalino,
A varar distâncias como o retinir de sino,
A campear montanhas e refulgir em prados.
Se ora já não mais ouves o apelo pungente
Que debalde lancei aos ares a tua procura,
Por tanto tempo, por décadas de loucura
Em que me mantive à tua espera, indigente.
Se hoje parto sem mesmo saber para onde,
Sem destino, a seguir só por meu caminho,
A levar comigo anseio que meu peito esconde,
Partirei e portarei em meu peito bem mais:
Todas as lembranças vividas em nosso ninho,
Assim como deque vazio, sem barco no cais...
Se já não mais ressoa de meu peito o brado
Que um dia viste ecoar, puro e cristalino,
A varar distâncias como o retinir de sino,
A campear montanhas e refulgir em prados.
Se ora já não mais ouves o apelo pungente
Que debalde lancei aos ares a tua procura,
Por tanto tempo, por décadas de loucura
Em que me mantive à tua espera, indigente.
Se hoje parto sem mesmo saber para onde,
Sem destino, a seguir só por meu caminho,
A levar comigo anseio que meu peito esconde,
Partirei e portarei em meu peito bem mais:
Todas as lembranças vividas em nosso ninho,
Assim como deque vazio, sem barco no cais...