REMINISCÊNCIAS
DE UM NOVEMBRO
Remêmoro de seu terno olhar febril
Daquele novembro de corpos incandescentes...
Enferma de amor rogava beijos mil
Ao canto de etéreas harpas indecentes.
O sol, daquela tarde confinados, doentio;
Queimava sem piedade a nossa lascívia...
Revivo alucinado à sangue frio:
As mãos que tocavam sua nudez benigna.
Ah, Reminiscência doce, te fazes tão má...
Ao passo que me levas ao céu, és também,
A infeliz mentira que semeia a dor
Num túnel do tempo que aniquil' a flor
Esquecida na primavera incolor; aquém
Daquele novembro, que jamais voltará.