Ardores

Este fogo que no latente cetro arde,
ao ver a face que se aproxima sem pejo.
Se acendeu de outro fogo de desejo,
e se rendeu a seus encantos sem alarde.

E se incendeiam como gasolina e chama,
Ao se combinarem em intercambio perfeito,
Combustível e comburente ardentes no leito,
A se consumirem por tempo que o amor clama.

Pleno intercâmbio de eflúvios e de sabores,
Incontida troca de néctares e de feromônios
Nesta permuta contida e infinita de amores,

Em que, então, sem vencidos ou vencedores,
Sem saber se são anjos ou se são demônios,
Repletam-se mútuos, saciando seus ardores.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 01/03/2014
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