ANDO PERDIDO
Ando perdido no alto mar de amor,
Que já perdido estou desde nascença,
E vejo tudo ao meu redor de cor
Pálida que jamais me espelha a crença!
Não tenho nem carrego algum louvor,
Sinto-me como um trapo sem presença
Sem fortuna e sem ter o tal calor
Do coração que a falsidade vença.
Oh, que mágoa de vida solitária,
Vivo horrores de triste ser do mundo
Coberto de maldade e de malária.
Sinto-me um condenado e um vagabundo,
Que vive numa sombra de precária
Alma e amor que me deita a um poço fundo!
Ângelo Augusto