ANDO PERDIDO

Ando perdido no alto mar de amor,

Que já perdido estou desde nascença,

E vejo tudo ao meu redor de cor

Pálida que jamais me espelha a crença!

Não tenho nem carrego algum louvor,

Sinto-me como um trapo sem presença

Sem fortuna e sem ter o tal calor

Do coração que a falsidade vença.

Oh, que mágoa de vida solitária,

Vivo horrores de triste ser do mundo

Coberto de maldade e de malária.

Sinto-me um condenado e um vagabundo,

Que vive numa sombra de precária

Alma e amor que me deita a um poço fundo!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 01/03/2014
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